QUÃO BOM É...





Ontem, último dia do ano de 2021, estava eu tentando prolongar o meu limitado tempo neste plano, ou seja, praticando uma caminhada (rs) e me ocorreu, em meio às reflexões naturais de quem caminha, fazer um balanço do que a Maçonaria agregou à minha vida nestes 14 anos de caminhada. 

De repente me dei conta de como o Mario profano era diferente do Mario de hoje! 

Quanta coisa aprendi e continuo aprendendo e tentando melhorar nestes curtos mas significativos anos!

Aprendi, por exemplo, o valor de saber falar de forma o mais correta e clara possível, respeitando a riqueza e beleza de nossa Língua Pátria, sem ser prolixo. Adequando os tipos de fala ao interlocutor. Aprendi isso entre Colunas!!! Observando, meus Irmãos! E quando digo "Aprendi", por favor, entendam! Não significa que dominei! Apenas que a importância desta capacidade brilhou aos meus olhos.

Aprendi o valor de identificar o momento de calar, mesmo quando pensamos ter a razão a nosso favor. Digo "Pensamos" pois é só isso! Uma suposição. A razão só emerge após um positivo e fraterno processo dialético. E isto é algo que também  se vai lapidando ao longo do tempo, com a prática. Calçar o sapato do outro, olhar pelos olhos do outro é tarefa que penso ser impossível! Mas a simples boa vontade de tentar já é um enorme passo em direção à convivência fraternal.

Com o tempo (e não sem grande esforço) vamos ponderando e aprendendo a identificar os momentos nos quais o embate argumentativo é imprescindível e as situações em que recuar é a melhor postura. Sem menosprezar o interlocutor, mas há situações em que um bem maior é colocado em risco: a relação fraternal. Quantas famílias têm se desagregado por falta de capacidade dialética?! Quantas relações entre Irmãos têm se enfraquecido ou até mesmo rompido pela atmosfera polarizada e intolerante dos tempos atuais?!

Então, o aprendizado de saber calar é ainda mais importante e prioritário que o de saber falar. Quando muito se divulgam cursos de Oratória, nossa vida tem exigido muito a capacidade "Escutatória".

Por óbvio que o poder de comunicar também está (e sempre esteve) em alta. Se o poeta diz que "A Vida é a Arte do Encontro", que ferramenta (das muitas que nos ensinam a retirar do avental) mais fundamental não é a linguagem e o seu domínio? Seja em uma comunicação, a priori,  unidirecional como esta que vos oferto, seja em uma interação sobre qualquer tema. 

Outra habilidade que a Prática Maçônica tem me ajudado a aperfeiçoar é a Etiqueta Maçônica que, analisando etimologicamente, seria a "Pequena Ética". No curso das relações com nossos Irmãos fui constatando como faz diferença, como é bom termos e recebermos pequenos gestos de zelo e atenção. Um contado que se retorna rapidamente, uma ajuda que se presta com agilidade e dedicação, uma ligação para saber se o Irmão está bem, ou seja, pequenos gestos que fazem muita diferença.

Etiqueta Maçônica vai muito além do que as regras ritualísticas de tratamento. Ela transcende os Manuais Ritualísticos. Ela mora no coração, na preocupação em fazer o Irmão se sentir bem ao fazer contato conosco.

Acho que as relações pessoais no mundo profano às vezes mostram-se muito hostis. Vivemos com os nervos à flor da pele e, pelas tensões do dia a dia, às vezes não temos a necessária e desejável paciência e cuidado no trato pessoal. Então que sentimento bom é receber uma atenção especial de um Irmão! O acolhimento de nossa Universal Família Maçônica é um alento para o coração, um jato de energia para a alma!

Então, fazendo esta autoanálise, percebi como estes gestos de carinho fraternal traduzem, na verdade, respeito ao próximo e este próximo ganha um brilho ainda mais especial quando trata-se de um Irmão, um parceiro na caminhada por esta maravilhosa estrada que é a Arte Real.

Na verdade uma Loja Maçônica é, efetiva ou potencialmente, uma maravilhosa Escola! Uma escola de Líderes! Percebam, meus Irmãos, na diversidade de cargos e dinâmica de Loja, as inúmeras possibilidades de nos aprimorarmos no campo da administração, comunicação, relacionamento interpessoal, exercício da tolerância e humildade, habilidade na delegação de tarefas ou trabalho colaborativo, sensibilidade no trato de situações delicadas etc.

Como não visualizar estas potencialidades à nossa disposição?! Isso sem falar na capacidade de adaptação às mudanças que o meio naturalmente nos apresenta. 

Quantos Irmãos, por exemplo, que pouca familiaridade tinham com a informática ou ferramentas de comunicação, se descobriram usufruindo dos recursos que as Palestras Online ofereceram, por força do isolamento ao qual nos vimos obrigados nos últimos dois anos?!

E não para por aí! A necessidade de nossa Ordem se reinventar está, cada vez mais, como que em um processo de evolução natural, nos trazendo novas capacidades e habilidades.

Mas, voltando ao balanço inicial que me propus a fazer, acho que, em resumo, o que mais aprendi a valorizar nestes anos de Maçonaria foi o bom e salutar convívio, os Laços de Fraternidade e tudo que concorre para o seu fortalecimento.

Nenhum gesto é insignificante, nenhum tempo é mal empregado quando o investimos no cuidado, no zelo para com nossos Irmãos. Seguimos aprendendo sempre e tentado melhorar cada vez mais esta capacidade. Talvez nos esforçando para aplicar efetivamente, um dos grandes ensinamentos do Mestre Nazareno:


"Amai ao próximo como a si mesmo"


Um Tríplice e Fraternal Abraço, meus queridos Irmãos, e que este primeiro dia do novo ciclo solar, neste ano que promete ser difícil e desafiador, nos aproxime ainda mais da união, do amor fraternal e, principalmente, da lembrança constante do valor de nossa Irmandade.






Postagens mais visitadas

Mario Vasconcelos

Minha foto
Brazil
Ouse buscar o conhecimento pelos seus próprios meios. Duvide. Questione sempre. Você será o único a desfrutar (ou sofrer) quando descobrir sua própria verdade.