ELOS PARTIDOS

INTRODUÇÃO

 Muito já se escreveu a respeito da Ordem Maçônica. Muitas verdades, muitas fantasias e, de tudo o que já se escreveu, se há uma verdade ela se esconde sob um nebuloso manto chamado: benefício da dúvida.

Quantos e quantos filmes, livros, artigos já alardearam “Finalmente! Os segredos Maçônicos revelados !!!!”

Fato é que o Maçom, verdadeiramente imbuído dos princípios desta maravilhosa Ordem, não dispensa seu tempo em contestar, confirmar ou debater, gratuitamente, com os representantes do senso comum, assuntos desta secular Instituição.

E a razão é bastante simples: só conhece o verdadeiro segredo da Maçonaria quem, na prática da Arte Real, desvendou, em uma experiência absolutamente pessoal e intransferível, o genuíno sentido da Iniciação

Há maçons que ainda não despertaram, bem como há profanos[1] absolutamente prontos para a iniciação. Não que, ser um homem livre e de bons costumes esteja vinculado à condição de ser maçom, longe disso. Os princípios da Maçonaria são harmônicos com diversas outras instituições que se destinam a melhorar o homem e o meio em que vive. Apenas possui suas características históricas, ritualísticas e filosóficas próprias.

No entanto, em todo agrupamento humano, por mais irretocáveis que sejam seus princípios, sempre existirão lascas a polir.

As vicissitudes humanas, objeto de constantes ensinamentos na senda maçônica, se manifestam sob diversas formas e geram inúmeras consequências daninhas para a Maçonaria.

Nesta obra pretendemos, de forma prioritária, nos dedicar a uma destas consequências: a evasão, ou seja, o abandono da prática maçônica pelos Irmãos.

Mais especificamente nos debruçaremos sobre algumas das raízes deste problema com vistas à busca de soluções.

Dados da Associação de Serviço Maçônico da América do Norte[2] registra uma redução média anual de aproximadamente 52.000 Irmãos desde 1956 até 2015.

Que razões ou circunstâncias levam um Irmão a se afastar do trabalho maçônico? Quais destas razões são sanáveis? Quais dependem da Instituição? Quais dependem dos seus Irmãos? Quais razões dependem unicamente deste que se afasta? Quais são os atores e seus papéis neste drama?

Como objetivo secundário, mas igualmente importante, esta obra pretende sugerir ações efetivas no combate à evasão e levar os Irmãos a aprofundarem suas reflexões sobre o tema além de oferecer, ao final, alguns trabalhos de conteúdo diverso demonstrando apenas uma réstia de luz de uma infinita miríade de temas com os quais os Maçons operativos na pesquisa e no estudo, lidam em seu caminhar.

Esta obra tem a mínima pretensão de tornar-se mais uma pequena pedra na Grande Obra. Estará a Maçonaria Brasileira trilhando o caminho mais adequado? Há espaço ou necessidade de correções de curso? 

Quais as mudanças de postura ou paradigmas necessários para a manutenção do Obreiro nas fileiras da Arte Real? Que aspectos do trabalho maçônico merecem uma atenção especial e mais “profissional”?

Durante esta empreitada faremos também uma análise de dados quantitativos e qualitativos sendo, os primeiros, baseados em estatísticas de entrada e saída da Ordem e os segundos provenientes das opiniões de Irmãos sobre este problema do qual muito se fala em particular, mas que pouco se comenta em público. 

Talvez por que a evasão em nossos quadros seja apenas uma consequência terminal de uma doença com múltiplos agentes. Precisamos restituir, à Maçonaria, um poder semelhante ao que o mundo profano a atribui, mas não o poder dos criativos e fantasiosos teóricos da conspiração que nos envolvem em tenebrosas articulações com extraterrestres, novos Iluminatti ou conspiradores buscando maquiavelicamente o poder mundial.

O real poder que precisamos recuperar é aquele pelo qual batemos no peito com firmeza e que nos motiva e um genuíno orgulho por sermos Maçons! O poder de enfrentarmos, através do exemplo e não de retórica barata, a ignorância, a tirania e a vaidade. Ah! A vaidade!!! Esta matriarca de todos os vícios! Erva daninha e invisível que envolve os corações até a absoluta necrose moral.

O poder que buscamos é a íntima satisfação de trilharmos o bom caminho, de lutarmos o “bom combate”. Aquela sensação leve de esmagarmos a corrupção das almas e do mundo sem que ninguém precise tomar conhecimento, uma vitória pessoal e perfeitamente alinhada com a máxima de que o que a mão direita faz a esquerda não precisa saber.

O poder de olhar no espelho e sentir-se acolhido por uma fraternidade que nos oferece uma terna e ao mesmo tempo invencível energia não desistir nunca.
O poder de reafirmar a cada novo amanhecer:
“Não! Não desistirei na marcha do progresso!!!”

A Maçonaria é uma escola para a vida!
É aqui, entre as Colunas e a acolhida do Templo, que devemos nos sentir à vontade para tropeçar, errar, cair, mas sempre na intenção de aprender e burilar o caráter, pois devemos sempre crer que uma mão fraternal estará ali, ao nosso lado, pronta e firme para nos ajudar a levantar e prosseguir na caminhada em busca do que decidimos chamar de Maçom Integral, livre de vícios e repleto de virtudes. Um modelo idealizado, sem dúvida, mas um modelo a ser perseguido incansavelmente.Afinal precisamos mirar o ideal em busca da inatingível perfeição.

Isto posto sigamos adiante, pois a grande obra espera por seus pedreiros livres e de bons costumes e a nossa sociedade, tão maltratada, espera qualquer coisa que a faça sonhar novamente. Qualquer ação que lhe restitua a esperança.

Não podemos nos furtar ao compromisso assumido no dia em que morreu o profano e nasceu o maçom.




[1]              Esclarecimento: o termo profano, empregado com muita frequência na Maçonaria, não tem nenhum caráter depreciativo. É formado por dois termos latinos, pro e fanun, cuja combinação significa “defronte para o Templo”, ou seja, que ainda não foi iniciado.
[2] http://www.msana.com/msastats.asp


SUMÁRIO 


CAPÍTULO I - AS ARESTAS DA PEDRA BRUTA
METODOLOGIA, POPULAÇÃO E AMOSTRA
O QUE PENSAM OS IRMÃOS (PERSPECTIVA INTERNA)?
O QUE PENSAM OS IRMÃOS ADORMECIDOS (PERSPECTIVA EXTERNA)?

CAPÍTULO II - POLINDO A PEDRA PARA A GRANDE OBRA
SOBRE OS PROCESSOS DE ADMISSÃO
O Padrinho, as Sindicâncias e o Suporte ao Neófito
Iniciações Planejadas
O PAPEL DO HOSPITALEIRO
O PAPEL DO CHANCELER
O PAPEL DO TESOUREIRO
O PAPEL DO SECRETÁRIO
O PAPEL DOS VIGILANTES
O PAPEL DO ORADOR
O PAPEL DO MESTRE DE HARMONIA
O PLANEJAMENTO MAÇÔNICO
Linha de Trabalho Sugerida
O PAPEL DA INFORMÁTICA E DA COMUNICAÇÃO EM REDE
O ESTÍMULO E A VALORIZAÇÃO

CAPÍTULO III – AOS NOVOS IRMÃOS
PRIMEIROS PASSOS
Os Oficiais e suas Joias
Abreviaturas Maçônicas
Visitação
Tipos de Sessões
Indumentária Maçônica
O CAMINHO PARA O SUL
Questões e Orientações propostas para estudos no Primeiro Grau Simbólico (R:.E:.A:.A:.)            

CAPÍTULO IV - ALGUMAS PEÇAS DE ARQUITETURA
FRATERNIDADE x LEGALIDADE – Uma convivência Possível
O PODER DO EXEMPLO NAS BATALHAS MAÇÔNICAS DA ATUALIDADE
OBSERVATÓRIO SOCIAL – Transformando Indignação em Atitude
O TEMPO DE CADA UM
O SÍMBOLO PERDIDO
O ZOROASTRISMO
CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS DA OBRA

APÊNDICES
Formulário utilizado para primeira e segunda pesquisa de opinião e Boletins Informativos Pesquisados.

ANEXOS
COMENTÁRIOS EXTRAÍDOS DA PESQUISA DE CAMPO REALIZADA,
SUGESTÕES EXTRAÍDAS DA PESQUISA DE CAMPO REALIZADA,
PESQUISA REALIZADA PELO IR:. GERALDO MAGELLA ROSA – 1997

Para aquisição desta obra clique no link abaixo:

https://www.atrolha.com.br/elos-partidos.html







Postagens mais visitadas

Mario Vasconcelos

Minha foto
Brazil
Ouse buscar o conhecimento pelos seus próprios meios. Duvide. Questione sempre. Você será o único a desfrutar (ou sofrer) quando descobrir sua própria verdade.